O Simulador de Trânsito trabalha uma realidade artificial e
sem referência com a realidade do veículo e do trânsito. O candidato que
faz as aulas no simulador precisará reaprender tudo novamente no veículo de
treino. Isso pode até ter algum proveito no processo de formação, mas o preço a
se pagar é caro demais para uma coisa que pode ser realizada no próprio veículo
de treino do CFC (Centro de Formação de Condutores) e com mais eficácia.
A questão principal não é ser CONTRA ou A FAVOR do
Simulador de Trânsito. Até defenderíamos a adoção do simulador se resolvesse o real problema da
FORMAÇÃO DO CONDUTOR, a saber a falta de estrutura do Detran-PI e da
qualificação dos profissionais que atuam nesse processo, como os diretores,
instrutores e examinadores de trânsito. Temos uma formação PRECÁRIA e que causa
PREJUÍZOS, não pela falta de um recurso didático, como é o caso do Simulador de
Trânsito, mas pela falta de comprometimento do Detran-PI e dos CFCs com o
usuário, candidato à habilitação e consumidor.
O Detran-PI cobra a maior taxa de Primeira Habilitação do
Nordeste (R$ 203,25) mais que o dobro do valor cobrado pelo Detran-RN (R$96,00).
Além disso, de todos os Detrans do Nordeste, somente o Detran-PI apresenta, em
sua tabela de Taxas de Serviço, valores referentes a:
Falta Injustificada – R$ 35,23
Desistência de Categoria –
R$21,68
Transferência de Processo – R$
43,36
“Reteste” nos Exames Médico e Psicotécnico
– R$ 90,00
O custo final de uma primeira habilitação na categoria “B”,
segundo análise feita pela Apetrans, pode chegar a absurdos R$ 2.135,00 (com a
categoria “A” esse custo pode chegar a R$ 2.635,00). Além do desgaste físico,
emocional e psicológico sofrido durante o processo e após ele. Falta respeito
pelo candidato à habilitação, que é também consumidor. Recebemos denúncias de
CFCs que não ministram a carga horaria mínima de aulas práticas, de instrutores
que ensinam errado ou não ensinam o mínimo necessário para se dirigir um
veículo sozinho, de cobranças de propinas para aprovar no exame prático, só
para dar alguns exemplos.
Acreditamos que a Formação do Condutor no Piauí possa
melhorar, uma vez que o Detran-PI:
1 Melhore sua estrutura física,
proporcionando ao candidato melhores condições na hora do exame, e crie um Regimento Interno que padronize a avaliação feita pelos examinadores;
2 Fiscalize o trabalho e cobre o
percentual de aprovação de 60% para todos os CFCs;
3 Cobre dos CFCs qualificação de seus
diretores e instrutores de trânsito;
4 Estabeleça um prazo para cumprir o
curso prático que permita maior rendimento do candidato à habilitação e;
5 Qualifique e contrate mais
examinadores de trânsito para suprir toda demanda do Estado, sem prejuízos ao
prazo do processo do candidato à habilitação.
Baixe ou visualize aqui Avaliação do Processo de Formação do Condutor no Piauí pelo Projeto Dirigir Sem Medo da Apetrans e conheça os principais problemas e soluções na formação do conductor,
bem como algumas reivindicações do projeto.